Cinco grandes instituições delineiam o novo roteiro das criptomoedas para 2026: estará a caminho o “super APP” das criptomoedas? O ciclo de quatro anos chegou ao fim?

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Tradução｜Odaily Golem

O ano de 2025 está prestes a terminar, e várias instituições de pesquisa em cripto estão a publicar relatórios e a prever as tendências do setor para o próximo ano, formando um novo consenso: o ciclo puramente especulativo está a desaparecer, sendo substituído por uma maturidade estrutural, cujo motor já não é o interesse de curto prazo, mas sim a convergência de liquidez, construção e integração de infraestruturas.

Odaily compilou as previsões centrais para 2026 de cinco instituições de pesquisa — Coinbase, A16Z Crypto, Four Pillars, Messari e Delphi Digital:

• Fim do ciclo de quatro anos: As instituições de pesquisa concordam que o ciclo especulativo de halving a cada quatro anos está a desaparecer. Em seu lugar, surge uma maturidade estrutural, com o valor a fluir para “tokens de propriedade” com modelos de partilha de receitas e projetos com valor de aplicação real, em vez de serem impulsionados por interesses de curto prazo.
• Ascensão da economia dos agentes: As principais instituições (Delphi Digital, a16z, Coinbase) preveem que agentes de inteligência artificial se tornarão participantes económicos principais. O foco do mercado pode mudar para protocolos de identidade KYA (Know Your Agent) e camadas de liquidação nativamente orientadas para máquinas.
• Super APPs: Com a clarificação das políticas regulatórias nos EUA (Four Pillars, Messari), a experiência complexa das criptomoedas será simplificada em “Super APPs” amigáveis ao utilizador e blockchains com proteção de privacidade, abstraindo a tecnologia e permitindo adoção em larga escala.

Perspectivas da Delphi Digital para 2026

A Delphi Digital baseia-se na hipótese macroeconómica de “convergência global”. Eles preveem que, até 2026, as divergências nas políticas dos bancos centrais globais terminarão, dando lugar a um ciclo unificado de cortes de juros e injeção de liquidez. Com o fim do quantitative tightening (QT) pelo Federal Reserve e a melhoria da liquidez global, o ambiente de mercado será favorável para ativos duros como ouro e bitcoin.

Economia dos agentes

Uma grande expansão da infraestrutura é o surgimento da “economia dos agentes”. Agentes de inteligência artificial deixarão de ser apenas chatbots e passarão a gerir fundos ativamente, executar estratégias DeFi complexas e otimizar rendimentos on-chain sem intervenção humana.

Trading social e economia “pump”

No que toca a aplicações para consumidores, a Delphi destaca a fidelização de utilizadores em plataformas como pump.fun e prevê a maturação do “trading social”. Esta tendência evoluirá de apostas simples em meme coins para níveis mais complexos de copy trading, com partilha de estratégias tornando-se um produto tokenizado.

Liquidez institucional

A estrutura do mercado será alterada pela crescente popularização dos ETFs, com a liquidez das finanças tradicionais a fluir para o mercado cripto, não apenas como ferramenta de hedge, mas tornando-se uma configuração padrão de portfólio impulsionada pela liquidez macroeconómica.

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Perspectivas da Messari para 2026

O argumento central da Messari é a “desvinculação entre utilidade e especulação”. Consideram que, com a segmentação do mercado, o modelo do “ciclo de quatro anos” está a perder relevância. Assumem que 2025 será um ano em que investidores institucionais triunfarão enquanto os retalhistas terão dificuldades, preparando o terreno para a “adoção sistémica” em 2026, e não apenas para a especulação sobre preços de ativos.

Ascensão das moedas de privacidade ($ZEC)

O ressurgimento da privacidade é uma tendência de expansão inversa. A Messari destaca que Zcash (ZEC) e ativos semelhantes não são apenas “moedas de privacidade”, mas instrumentos de hedge necessários contra o aumento da vigilância e do controlo corporativo, prevendo que as “criptomoedas privadas” serão reavaliadas.

Tokens de propriedade

2026 verá o surgimento de uma nova categoria — “tokens de propriedade”, que combinam direitos económicos, legais e de governança. A Messari acredita que estes tokens podem resolver a crise de responsabilização nas DAOs e têm potencial para originar os primeiros projetos com capitalização de mercado de 1.1billions neste domínio específico.

DePIN e integração com IA

A teoria foca-se no DePIN (Redes de Infraestrutura Física Descentralizada), prevendo que estes protocolos encontrarão product-market fit ao satisfazer as enormes necessidades de computação e dados do setor de IA.

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Perspectivas da Four Pillars para 2026

A perspetiva da Four Pillars centra-se na “reestruturação regulatória”. A hipótese central é que iniciativas legislativas nos EUA (com destaque para o “GENIUS Act” e o “CLARITY Act” nas suas previsões) fornecerão um roteiro para uma reforma abrangente do mercado.

Esta clareza regulatória é o catalisador para transformar o mercado de um “Velho Oeste” desregulado para um setor económico formalizado.

Era dos “Super APPs”

A Four Pillars prevê que a fragmentação das aplicações cripto acabará por se fundir em “Super APPs” — plataformas movidas por stablecoins que integram de forma fluida pagamentos, investimentos e empréstimos. A complexidade do blockchain será completamente eliminada.

Tokenização de RWA

A reestruturação impulsionará a tokenização de ações e ativos tradicionais, com foco na utilidade real e não em projetos-piloto experimentais.

Maturidade tecnológica cripto

No campo tecnológico, exploram profundamente o papel das máquinas virtuais de conhecimento zero (ZKVM) e dos mercados de provas no Ethereum, considerando-os infraestruturas essenciais para lidar com o novo volume institucional regulado.

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Perspectivas da Coinbase para 2026

O relatório da Coinbase prevê o “fim do ciclo de quatro anos”. Indicam claramente que 2026 marcará o fim da teoria tradicional do ciclo de halving do bitcoin. Em seu lugar, o mercado será impulsionado por fatores estruturais, pela procura macroeconómica por alternativas de reserva de valor e pela formalização das criptomoedas como uma classe de ativos alternativa de média dimensão.

Tokenomics 2.0

Transição de tokens “apenas para governança” para modelos “vinculados a receitas”. Os protocolos implementarão cada vez mais mecanismos de buyback & burn ou partilha de taxas (em conformidade com as novas regulamentações), alinhando os incentivos dos detentores de tokens com o sucesso da plataforma.

DAT 2.0 (Negociação de Ativos Digitais)

Evolução para negociação especializada e aquisição de “espaço de bloco soberano”, tratando o espaço de bloco como um bem essencial da economia digital.

Interseção entre IA e Crypto

A Coinbase prevê um grande crescimento de agentes de IA que utilizam trilhos de pagamento em cripto. Antecipam que o mercado exigirá uma “camada de liquidação nativa em cripto” capaz de processar microtransações contínuas entre máquinas, algo que os trilhos de pagamento tradicionais não conseguem suportar.

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Perspectivas da a16z Crypto para 2026

A visão da a16z crypto é que “a internet tornar-se-á um banco”. Acreditam fundamentalmente que o valor começará a fluir livremente como a informação. Consideram que o atrito entre os mundos “off-chain” e “on-chain” é o principal gargalo, e que 2026 eliminará esse gargalo com infraestruturas mais robustas.

KYA (Know Your Agent)

Uma expansão chave é a transição do KYC (Know Your Customer) para o KYA. À medida que agentes de IA se tornam participantes económicos principais, precisarão de credenciais assinadas criptograficamente para transacionar, criando uma nova camada de infraestrutura de identidade.

“Obrigações nativas” vs tokenização

A a16z prevê que, no futuro, não se tokenizarão mais ativos off-chain como no passado (por exemplo, comprar títulos do tesouro e colocá-los on-chain), mas sim que a dívida e os ativos serão emitidos diretamente on-chain, reduzindo custos de serviço e aumentando a transparência.

Vantagem competitiva das tecnologias de privacidade

Consideram que, na era do código open-source, as tecnologias de privacidade (e a capacidade de proteger a privacidade do estado) serão a vantagem competitiva mais importante das blockchains, criando fortes efeitos de rede para blockchains que suportam funcionalidades de privacidade.

Gestão de riqueza para todos

A combinação de IA e infraestrutura cripto permitirá que a gestão de riqueza complexa — antes reservada a indivíduos de elevado património (como rebalanceamento de ativos e colheita de prejuízos fiscais) — beneficie o público em geral.

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