Elizabeth Warren levanta preocupações éticas sobre o mandato do czar de cripto da Casa Branca, David Sacks

Parlamentares democratas pressionaram David Sacks, o “czar de cripto e IA” do presidente Donald Trump, em 17 de setembro, para revelar se ele excedeu os limites de tempo de sua nomeação temporária na Casa Branca, levantando questões sobre possíveis violações éticas.

Em uma carta assinada pela senadora Elizabeth Warren e outros sete membros do Congresso, os parlamentares afirmaram que Sacks pode ter ultrapassado o limite de 130 dias para Funcionários Especiais do Governo (SGEs), uma categoria que permite que profissionais do setor privado sirvam ao governo em regime de meio período ou temporário.

O Office of Government Ethics estabelece esse limite para minimizar conflitos de interesse, já que os SGEs podem continuar recebendo salários externos enquanto estão a serviço do governo. Warren já havia levantado preocupações semelhantes em relação à nomeação de Sacks.

Preocupações com conflito de interesse

Sacks, um investidor de capital de risco e sócio geral da Craft Ventures, desempenhou um papel de destaque na formulação das políticas do governo Trump sobre ativos digitais e inteligência artificial.

Os parlamentares argumentaram que seus laços financeiros privados com o Vale do Silício levantam sérias questões éticas caso ele não esteja mais dentro dos limites do status de SGE.

De acordo com a carta:

“Ao emitir sua isenção ética, a Casa Branca observou que o equilíbrio cuidadoso nas regras de conflito de interesse para SGEs foi alcançado com o entendimento de que eles serviriam ao público ‘em caráter temporário’. Para você em particular, o cumprimento do limite de tempo do SGE é fundamental, dado o tamanho dos seus conflitos de interesse.”

O grupo observou que o salário privado de Sacks da Craft Ventures é permitido apenas sob as disposições temporárias de sua nomeação. Se ele trabalhou além do limite legal, alertaram os parlamentares, suas funções duplas contínuas podem representar uma violação ética.

Contando os dias

De acordo com a carta, Sacks foi nomeado em dezembro de 2024 e começou a trabalhar por volta da posse de Trump em 20 de janeiro de 2025. Pelo cálculo dos parlamentares, ele atingiu o limite de 130 dias no final de maio, se contar todos os dias do calendário, ou no final de julho, se contar apenas os dias úteis.

Em 17 de setembro, disseram eles, Sacks já havia servido por 167 dias.

Além de Warren, a carta foi assinada pelos senadores Chris Van Hollen, Richard Blumenthal e Jeffrey Merkley, bem como pelos deputados Melanie Stansbury, Betty McCollum, Rashida Tlaib e Bernie Sanders.

Os parlamentares solicitaram um relatório completo do histórico de serviço de Sacks e um esclarecimento sobre seu status de emprego. A Casa Branca e Sacks ainda não responderam publicamente à solicitação.

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